Indígenas impedem entrada da Funai para liberar linhão em terra demarcada

linhão

No final de junho, quando a pandemia já era uma ameaça à sobrevivência dos Povos Indígenas no Brasil, a FUNAI pressionou o Povo Waimiri Atroari, de Roraima, para que permitisse a entrada de uma equipe do órgão em suas terras para dar continuidade ao licenciamento ambiental do chamado “linhão” – a linha elétrica que pretende ligar Manaus (AM) a Boa Vista (RR).

De acordo com o Estadão, mesmo com a pressão da FUNAI, que contou com uma carta do próprio presidente do órgão, Marcelo Xavier, o pedido foi rejeitado pela comunidade. “Não vemos novas alternativas eficientes que impeçam essa doença de chegar à Terra Indígena Waimiri Atroari, senão o isolamento social e respeito à quarentena”, escreveu o presidente da Associação Comunidade Waimiri Atroari, Mario Parte Atroari. A matéria lembrou que o projeto é uma prioridade para o governo Bolsonaro, que deseja integrar Roraima à rede elétrica nacional, o que acabaria com a dependência do estado do fornecimento de energia da Venezuela de Nicolás Maduro, adversário político e ideológico do presidente brasileiro.

De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas da Amazônia (APIB), até ontem (6/8) pouco mais de 22,6 mil casos de COVID-19 tinham sido confirmados, com a morte de 639 pessoas de 148 etnias

 

ClimaInfo, 7 de agosto de 2020.

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