O derretimento dos lençóis de gelo da Groenlândia pode ter atingido um ponto irreversível, mesmo que o mundo consiga reduzir as emissões de carbono e conter o aquecimento global em 1,5°C. Esta é a triste conclusão de um estudo publicado na semana passada pela Nature Communications Earth & Environment. A pesquisa analisou 234 geleiras em toda a ilha ao longo de um período de 34 anos, até 2018, e descobriu que as nevascas anuais não são mais suficientes para repor o gelo perdido com o derretimento durante o verão.
Se todo o gelo da Groenlândia derreter, estima-se que o nível do mar possa subir até 6 metros ao longo deste século, o que inundaria cidades costeiras em todo o mundo.
“A Groenlândia é como o canário na mina de carvão, e esse canário já está praticamente morto”, afirmou o glaciologista Ian Howat, da Ohio State University (EUA), um dos autores do estudo. Mas os pesquisadores reforçam a importância da redução da concentração de carbono na atmosfera e de se conter o aumento da temperatura média global como medidas cruciais para se evitar um colapso absoluto das geleiras.
O estudo foi repercutido, entre outros veículos, por Folha, G1, Exame, Reuters, Inside Climate News e Phys.
ClimaInfo, 17 de agosto de 2020.
Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.