As distribuidoras de eletricidade têm razões para promover a aceitação de veículos elétricos (VE), desde que a recarga ocorra fora das horas de ponta de consumo de eletricidade. A Xcel Energy, uma empresa de médio porte do centro-oeste dos EUA, prevê uma penetração de 20% de VE nas suas áreas de atuação até 2030. Para que a previsão se concretize é necessário que, até lá, bem mais de 50% de todos os automóveis vendidos sejam elétricos.
A distribuidora também anunciou a introdução de uma tarifa fixa que permita aos proprietários de VE o fornecimento sem restrições durante a noite e aos fins-de-semana, em parte do seu território. Noutra parte, os clientes serão recompensados por sistemas “inteligentes” que só permitem a utilização de eletricidade quando a oferta for abundante. A Xcel justifica as suas políticas dizendo que “as vendas adicionais de eletricidade geradas pelos VE mais do que pagam o investimento no sistema necessário para recarregá-los”.
A empresa também afirmou que os VE ajudam a manter as contas mais baixas para os clientes que não os possuem. Esta posição contrasta com a de algumas distribuidoras e operadoras das redes europeias, que demandam apoio financeiro para a modernização das suas redes sem mencionar os benefícios financeiros advindos de um maior consumo de eletricidade. Para dar uma ordem de grandeza deste aumento no consumo de eletricidade, uma mudança para automóveis 100% elétricos acrescentaria cerca de 30% à demanda de eletricidade no Reino Unido, por exemplo.
Em tempo: Uma garagem londrina de ônibus tornou-se a maior central de baterias elétricas integradas com a rede elétrica do mundo. Nela, 28 ônibus fabricados pela BYD podem entregar cerca de 1 MW de volta à rede de distribuição. Mas por que afinal escolher uma garagem de ônibus, pergunta o analista Chris Goodall? Estes geralmente trafegam em momentos de grande demanda, como no final da tarde e no início da noite. Goodall suspeita que estacionamentos de escritórios seriam uma escolha melhor. A Fiat Chrysler tem um em construção na Itália que oferecerá até vinte vezes a capacidade da garagem de Londres, e em momentos nos quais é mais provável que haja demanda por eletricidade.
ClimaInfo, 26 de agosto de 2020.
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