Comissão ambiental do Parlamento Europeu aprova meta de 60% de redução das emissões da UE até 2030

Parlamento Europeu

Na 5ª feira (10/9), a comissão de meio ambiente do Parlamento Europeu aprovou uma nova meta de redução de emissões para a União Europeia que define cortes de 60% até 2030 com relação aos níveis de 1990. O bloco está redefinindo sua meta para os próximos dez anos, alinhando-a com o objetivo de tornar o continente europeu neutro em emissões de carbono até 2050.

De acordo com a Reuters, a Comissão Europeia proporá uma meta de “pelo menos 55%” de redução. O documento deve ser apresentado ao Parlamento nesta semana, onde será discutido ao menos até o mês que vem. Dentro dessa proposta, a agência informou também que os limites de emissões automotivas também devem ser reforçados: até 2030, as emissões médias de CO2 de veículos novos devem ser 50% abaixo dos níveis de 2021. Isso deve encontrar resistência da indústria automobilística europeia, que sofre com os efeitos da pandemia.

A proposta da Comissão Europeia deve mexer também no mercado de carbono do bloco, já que o estabelecimento de metas mais ambiciosas de redução de emissões deve se refletir em um limite mais rígido na quantidade de licenças ofertadas via mercado.

O Financial Times também repercutiu os movimentos recentes da UE para elevar sua ambição climática.

Em tempo: A revisão dos compromissos nacionais do Acordo de Paris, prevista ainda para este ano, segue em compasso de espera pelo resultado das eleições nos EUA. O Politico destacou como a China e outros países importantes no tabuleiro do clima global estão se posicionando, considerando tanto a possibilidade de Trump seguir na Casa Branca (o que deve consolidar a estratégia negacionista e não-colaborativa dos EUA nas negociações internacionais) como também a de Joe Biden ser eleito (o que traria mudanças substanciais, com ao menos o retorno dos EUA ao Acordo de Paris). A matéria especula que uma vitória de Biden, associada com o anúncio de novos planos climáticos pela UE, pode levar Pequim a superar as tensões comerciais e estratégicas que possui hoje com Washington e buscar a cooperação bilateral entre esses países na questão climática, comum durante a gestão de Barack Obama.

 

ClimaInfo, 14 de setembro 2020.

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