Megainvestidores pressionam empresas poluidoras pela adoção de planos de descarbonização

emissões líquidas zero

Um grupo que representa investidores que gerenciam coletivamente mais de US$ 47 trilhões em ativos exigiu que as maiores empresas poluidoras do mundo desenvolvam estratégias para alcançar emissões líquidas zero até 2050, em consonância com os objetivos do Acordo de Paris.

A iniciativa Climate Action 100+, que reúne 508 investidores institucionais, encaminhou uma carta à direção de 161 empresas de combustíveis fósseis, mineração, transporte, entre outros setores, cobrando a apresentação de ações e metas climáticas até o começo de 2021.

Os alvos da cobrança dos investidores representam cerca de 80% das emissões industriais globais de gases de efeito estufa e incluem empresas como BHP, ExxonMobil, BP, Shell, Rio Tinto, AGL, Santos, entre outras.

Em comunicado, a iniciativa listou indicadores pelos quais as empresas serão monitoradas, incluindo a existência de estratégias para se atingir emissões líquidas zero até 2050 ou antes e redução das emissões de escopo 3, que acontecem ao longo da cadeia produtiva. A iniciativa propõe também que as companhias definam objetivos de médio prazo, como a redução das emissões em pelo menos 45% até 2030 com relação aos níveis de 2010.

Bloomberg, Financial Times, Reuters e The Guardian repercutiram o anúncio.

Em tempo: No Climate Home, Elysha Davila e Caroline Dreyer (Climate Policy Initiative) propuseram uma mudança na forma como classificamos investimentos e ações associados à economia de alta emissão de carbono. Até agora, era comum que isso fosse denominado de “finanças marrons” ou “economia marrom”, um contraste com as “finanças verdes” e a “economia verde”. No entanto, o uso do termo “marrom” é inadequado por sua conotação racial. Elas explicam que, considerando o debate racial que vem sendo realizado ao longo dos últimos meses, a CPI passará a utilizar o termo “finanças sujas” para denominar o financiamento para combustíveis fósseis e atividades com alto impacto em termos de carbono.

 

ClimaInfo, 15 de setembro 2020.

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