Mundo: uma fração do dinheiro da recuperação econômica pós pandemia poderia impulsionar os esforços climáticos

economia de baixo carbono

O mundo poderia viabilizar uma transição energética para uma economia de baixo carbono e evitar uma mudança catastrófica do clima ao custo de apenas 10% do total de US$ 12 trilhões que governos anunciaram em pacotes de recuperação econômica pós-pandemia. A conclusão é de um estudo liderado por pesquisadores do Imperial College London, da Climate Analytics (Alemanha) e do Electric Power Research Institute (EUA) e publicado na semana passada na Science.

“Se apenas uma fração desse dinheiro fosse investido em planos de recuperação com foco na ação climática, o mundo poderia alcançar energia com zero emissão de carbono líquido em meados desse século”, pontuou Marina Andrijevic, uma das autoras do estudo. Para Joeri Rogelj, outro autor-sênior do estudo, o levantamento mostrou que é possível investir em soluções para limitar o aquecimento em 1,5oC de maneira efetiva e “dentro do orçamento” dos países. “Os investimentos em energia necessários nos próximos cinco anos para descarbonização são cerca de oito vezes menores do que o estímulo total dado pelos países para recuperação pós-COVID”.

Carbon Brief, Reuters e Ecodebate comentaram o estudo.

Em tempo: Na Bloomberg, Kate Mackenzie destrinchou o relatório recente do Fundo Monetário Internacional e detalhou como o órgão está pensando (e prevendo) a transição global para uma economia descarbonizada até 2050. O documento esboça um pacote de medidas políticas que, segundo o Fundo, permitiria ao mundo obter emissões líquidas zero de carbono, com efeitos positivos para o desempenho da economia nas próximas décadas. Até mesmo em um cenário mais duro, no qual as medidas possam causar algum prejuízo econômico, o FMI projeta que esse custo seria compensado no longo prazo e anulado no curto por outros cobenefícios, especialmente em termos de saúde pública.

 

ClimaInfo, 19 de outubro 2020.

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