A corrida contra o tempo para salvar o gelo do Ártico

Ártico degelo

Sob um ritmo de aquecimento de duas a três vezes maior que o restante do mundo, o Ártico vive agora uma corrida contra o tempo para conseguir salvar seu gelo. Nesse contexto, a região está se tornando um laboratório gigante para diversos projetos de geoengenharia, com soluções das mais curiosas.

O Guardian trouxe algumas delas: por exemplo, a iniciativa Arctic Ice Project pretende espalhar uma fina camada de contas de vidro sobre partes congeladas do Ártico, o que aumentaria a refletividade da superfície, diminuindo assim a absorção da radiação solar e, por tabela, o degelo. Já pesquisadores da Universidade da Lapônia (Finlândia) propuseram a instalação de um “paredão” em áreas como a geleira Jakobshavn, na Groenlândia, que retardaria o derretimento do gelo ao impedir que as correntes quentes do oceano atinjam a geleira por baixo. Outra ideia curiosa (e extremamente cara) é a instalação de 10 milhões de bombas d’água alimentadas por energia eólica para distribuir continuamente a água do mar na superfície, o que facilitaria a criação de gelo.

Em tempo: Nas últimas três décadas, as profundezas do Mar de Weddell, na Antártica, aqueceram cinco vezes mais rápido do que o resto do oceano em profundidade superiores a 2 mil metros, mostrou um novo estudo publicado nesta semana por pesquisadores da Alemanha. De acordo com os autores, o aquecimento das profundezas polares se deve principalmente a mudanças nos ventos e nas correntes marinhas superiores no Oceano Antártico. Além disso, o estudo sugere que um Mar de Weddell mais aquecido pode prejudicar a circulação de água, com consequência de longo alcance para a circulação global dos oceanos. O estudo foi publicado na revista Journal of Climate.

 

ClimaInfo, 22 de outubro 2020.

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