Crise climática ameaça intensificar problemas sociais e econômicos na África, alerta ONU

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Um continente marcado por desigualdades, pobrezas e abusos dos Direitos Humanos, a África pode ficar ainda mais debilitada nas próximas décadas em virtude da crise climática. Um relatório da ONU divulgado nesta 2ª feira (26/10) destacou que os impactos da mudança do clima já comprometem as condições de vida nos países africanos, afetados por inundações, secas, tempestades e pragas das mais diversas causadas pelo aquecimento global.

A insegurança alimentar, uma velha conhecida do continente africano, pode ficar ainda mais intensa, já que os eventos extremos deverão prejudicar a produção agrícola. Segundo projeções para 2050, a produtividade pode cair 13% nas porções ocidental e central da África; 11% no norte; e 8% na África oriental e austral. Mas em muitos lugares, a realidade já é bem mais dura do que há algumas décadas. Desde 2012, a região do Sahel assistiu a uma explosão no número de pessoas subnutridas, que subiu 45%; no Chifre da África, países como Somália e Quênia registraram suas piores safras da história recente nos últimos dois anos.

Bloomberg e Reuters repercutiram os principais pontos do relatório.

Em tempo: No norte do Quênia, a forte estiagem que atinge a região forçou uma verdadeira revolução social na divisão de papéis em comunidades pastorais locais: por séculos, os homens eram os responsáveis pelo sustento das casas, e as mulheres se dedicavam à família. No entanto, os homens estão passando muito mais tempo fora de suas casas, em busca de pasto para seus rebanhos, o que abriu oportunidade para que as mulheres, antes presas em seus lares, pudessem ir às ruas para trabalhar e gerar renda. A Foreign Policy abordou esse ponto e contextualizou as mudanças sociais e culturais que a crise climática está catalisando no continente africano.

 

ClimaInfo, 28 de outubro 2020.

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