Segundo a Reuters, os governos dos Emirados Árabes Unidos (EAU), Kuwait e Iraque estão discutindo caminhos para escapar de uma eventual extensão até 2021 dos cortes globais na produção de petróleo, adotados no 1º semestre de 2020 em virtude das dificuldades enfrentadas pelo setor no contexto da pandemia, com a redução brusca do preço internacional do combustível. Isso joga mais pressão sobre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia, aliada do grupo, que deverão decidir no próximo mês a possibilidade de se ampliar o limite de produção a partir de janeiro.
Segundo a reportagem, a Arábia Saudita, que comanda a OPEP, é favorável a manter os cortes anuais de produção de petróleo, de cerca de 7,7 milhões de barris por dia (bpd), já que a perspectiva de uma recuperação do preço internacional no próximo ano ainda é incerta. No entanto, representantes de EAU, Kuwait e Iraque argumentam que a manutenção dos cortes pode ser pesada demais para suas economias, afetadas de maneira particularmente severa pela pandemia e pela desvalorização do petróleo. Oil Price também destacou a “rebelião” potencial de EAU, Kuwait e Iraque na OPEP.
Em tempo: A pressão da indústria do gás natural parece não ter surtido efeito na União Europeia. De acordo com a Reuters, o bloco deve manter usinas termelétricas a base desse combustível fóssil fora dos pacotes de incentivos verdes que serão implementados para retomada e descarbonização da economia europeia nos próximos anos. Pela proposta da UE, para um projeto de energia ser considerado sustentável (ou seja, que traga uma contribuição “substancial” para se conter a crise climática), ele não poderá emitir mais de 100 gramas de CO2 equivalente por quilowatts/hora; isso elimina até mesmo as usinas de gás mais eficientes do bloco.
ClimaInfo, 30 de outubro 2020.
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