O enviado especial da ONU para mudança do clima, o britânico Mark Carney, apresentou ontem (9/11) as linhas gerais de uma estratégia global para financiar medidas de mitigação da mudança do clima, de olho no objetivo de descarbonização até 2050 abraçado por diversos países nos últimos meses. Em discurso a investidores e representantes do mercado financeiro em Londres, Carney ressaltou que fundos de pensão e gestores de investimentos que somam mais de US$ 140 trilhões já alinharam seus critérios de aplicação e consideram os riscos climáticos das empresas em suas decisões de investimento. No entanto, ele destacou que as empresas precisam ser mais transparentes sobre seus esforços e o impacto climático de suas operações. O enviado da ONU afirmou também que a descarbonização representa a “maior oportunidade comercial de nossa era”, e que os atores que ignorarem esse potencial ficarão para trás nas próximas décadas. Detalhe: Mark Carney é economista e banqueiro, tendo presidido o Banco do Canadá e o Banco da Inglaterra.
Associated Press, Bloomberg, Independent e Reuters repercutiram as falas de Canney.
Em tempo: O Financial Times destacou dados de um levantamento feito pelo banco J. Safra Sarasin que mostram um cenário ambíguo no que diz respeito ao engajamento do setor privado com ação climática. A partir de uma análise de 6 mil grupos empresariais com ações listadas em bolsas de valores, o levantamento indicou que os esforços e as práticas dessas empresas estão compatíveis com um cenário de aquecimento de 4°C, o dobro do limite estabelecido pelo Acordo de Paris. Mesmo com a demanda de investidores por mais compromissos climáticos e transparência sobre impactos e riscos atrelados aos seus negócios, as empresas seguem reticentes e pouco engajadas no tema.
ClimaInfo, 10 de novembro 2020.
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