Oposição e ambientalistas vão ao STF exigir retomada de plano de combate ao desmatamento da Amazônia

PPCDAm

Sete partidos de oposição e dez organizações e redes da sociedade civil se uniram para protocolar no Supremo Tribunal Federal (STF) que exige a retomada efetiva do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm) pelo governo federal. O pedido, apresentado na 4ª feira (11/11), é considerado uma das mais completas e importantes ações socioambientais já submetidas à Corte, já que traz consigo um extenso levantamento com dados e análises sobre a desestruturação das políticas de conservação e de combate ao desmatamento ilegal desde a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência da República.

De acordo com a ação, o governo Bolsonaro estimula na prática a destruição da floresta a partir de ações e omissões que paralisaram a aplicação do PPCDAm. Dentre as medidas citadas, estão a baixa execução orçamentária dos órgãos ambientais federais (Ibama e ICMBio) e a paralisação do Fundo Amazônia, que deixou de receber novos recursos por parte dos países doadores (Noruega e Alemanha) e congelou o repasse de valores disponíveis para projetos aprovados de conservação e desenvolvimento sustentável na região.

A ação pede que o governo retome o PPCDAm e fortaleça os órgãos ambientais, além de dedicar esforços adicionais para o combate a ilegalidades ambientais em Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Os proponentes também requisitam a implantação de um portal na internet com informações sobre ações e resultados e a criação de uma comissão emergencial de deliberação, monitoramento e transparência da política de combate ao desmatamento, com participação da sociedade civil e coordenação do STF.

Globo Rural, Reuters, O Eco e O Globo repercutiram a ação. Conectas e Observatório do Clima, dois de seus proponentes, deram mais detalhes.

Em tempo: O plenário do STF analisará a partir do próximo dia 20 a decisão liminar da ministra Rosa Weber que suspendeu as resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) que extinguiram regras de proteção ambiental de áreas de restinga e manguezais no litoral brasileiro. A decisão de Weber atendeu a um pedido dos partidos PT, PSB e Rede Sustentabilidade, que acusaram o governo federal e o ministro Ricardo Salles de atuar diretamente para o enfraquecimento da proteção ambiental dessas áreas em benefício econômico de interesses empresariais. Valor deu mais informações.

 

ClimaInfo, 13 de novembro 2020.

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