BNDES poderia ter mudado o curso da Amazônia, #sqn

18 de novembro de 2020

A responsabilidade do sistema financeiro sobre a atual crise climática é cada vez mais evidente. O Eco publicou ontem um estudo de caso que exemplifica esta responsabilidade muito bem: trata-se do nosso Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Com mais de 13 bilhões em empréstimos aos maiores frigoríficos que operam na Amazônia, bastava aplicar sua própria resolução que impõe exigências a frigoríficos bovinos que busquem financiamento, garantindo que o dinheiro público não fosse usado em atividades associadas a desmatamento, grilagem e invasão de Terras Indígenas e Unidades de Conservação.

Só que não: os próprios frigoríficos que receberam os recursos reconhecem isso. Mas na visão do BNDES, as exigências dos contratos com os frigoríficos “foram cumpridas de forma satisfatória”. O banco também poderia ter influenciado a conduta dos frigoríficos desde dentro das empresas, uma vez que investiu, entre 2007 e 2012, mais de R$ 16 bilhões na compra de ações da JBS e Marfrig, garantindo direito a voto na condução das políticas socioambientais das empresas. O BNDES possui 21% do capital social da JBS e chegou a concentrar 34% do da Marfrig – em ambos os casos, o banco só perdeu em influência para as famílias fundadoras das companhias. E perdeu a chance de ser, efetivamente, um banco de desenvolvimento econômico e social.

 

ClimaInfo, 19 de novembro 2020.

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