60% do valor das terras agrícolas nas mão dos 10% mais ricos do campo 

desigualdade fundiária

Um relatório divulgado ontem (24/11) alertou para a acentuação da desigualdade fundiária, que vem crescendo consideravelmente nos últimos anos, com efeitos negativos sobre a distribuição de renda e a segurança alimentar. De acordo com as estimativas, os 10% mais ricos da população rural controlam 60% do valor das terras agrícolas, enquanto os 50% mais pobres controlam apenas 3%. Essa desigualdade fica mais gritante se considerarmos a distribuição de terra: 1% das propriedades rurais do mundo possui 70% das terras agrícolas do mundo e está integrado ao sistema alimentar corporativo, enquanto mais de 80% são pequenas propriedades com menos de dois hectares, geralmente excluídas das cadeias globais de alimentos. O levantamento foi feito pela Coalizão Internacional das Terras, em parceria com a World Inequality Lab e a Oxfam, e se baseia em 17 novos trabalhos de pesquisa. Ele analisou não apenas as propriedades em si e o tamanho das fazendas individuais, mas também o valor da terra, a propriedade múltipla de terrenos e a falta de terra. De acordo com os autores, essas informações adicionais permitiram ter uma dimensão mais realista das desigualdades no campo.

O relatório registra também que a lacuna crescente na posse e no acesso a terras prejudica especialmente mulheres e comunidades indígenas e rurais, além dos pequenos agricultores.

As conclusões do relatório foram comentadas por veículos como Independent, Guardian e Reuters, entre outros.

 

ClimaInfo, 25 de novembro 2020.

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