WWF: Brasil é um dos países que mais concentram desmatamento

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Um levantamento internacional do WWF Internacional destacou que o Brasil é um dos países que mais registrou desmatamento e destruição de ecossistemas em todo o mundo entre 2000 e 2018 e sugeriu que a devastação crescente na Amazônia e no Cerrado ameaça não apenas a diversidade biológica brasileira, mas também aumenta as possibilidade do país sofrer com novas doenças zoonóticas, como a COVID-19.

O relatório analisou 29 países e identificou 24 frentes de desmatamento na América Latina, na África Subsaariana, no Sudeste Asiático e na Oceania, regiões que concentram mais da metade (52%) do desmatamento global – uma área de 43 milhões de hectares, quase igual à do território do Marrocos. De acordo com a análise, pelo menos ⅔ da perda de cobertura florestal global nesse período aconteceu em regiões tropicais ou subtropicais, áreas que, não por acaso, são mais propensas ao surgimento de novas doenças de origem animal. “Quando saudáveis, as florestas oferecem uma proteção contra doenças como a COVID-19”, explicou Marco Lambertini, diretor do WWF-Internacional. “No entanto, quando as florestas se encontram sob ataque, suas salvaguardas são enfraquecidas, o que leva a uma disseminação de doenças”.

Além de ampliar o risco de novas doenças zoonóticas, o desmatamento na Amazônia e no Cerrado compromete também os esforços globais contra a mudança do clima. “A Amazônia Brasileira está perto de atingir um ponto de inflexão, no qual a floresta não será mais capaz de manter seus ciclos e processos naturais, e as porções mais afetadas sofrerão diminuição das chuvas e períodos de seca prolongados”, disse Mariana Napolitano, gerente de ciências do WWF-Brasil.

Os dados do relatório do WWF-Internacional foram destacados por AFP, Independent, Reuters, RFI e UOL, entre outros.

 

ClimaInfo, 14 de janeiro de 2021.

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