Exxon e BP anunciam perdas históricas 

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A indústria petroleira segue acumulando más notícias. Dessa vez, duas das maiores companhias do setor anunciaram perdas financeiras históricas em 2020, prejudicadas não apenas pelos efeitos econômicos da pandemia, mas também pela maior competitividade de fontes renováveis de energia e pela intensificação dos esforços para acelerar a transição energética para o carbono zero.

A ExxonMobil anunciou prejuízo de US$ 20 bilhões em 2020, seu 1º prejuízo anual em pelo menos 40 anos. De acordo com o Valor, o resultado negativo se deveu principalmente à baixa contábil de US$ 19,3 bilhões relacionada a ativos de gás seco na Argentina, EUA e Canadá. Segundo a Bloomberg, o fluxo de caixa das operações (um indicador-chave da força corporativa) encolheu quase 9% no último trimestre de 2020 para US$ 4 bilhões, insuficiente até mesmo para cobrir as despesas de capital da companhia.

Já a BP relatou prejuízo total de US$ 5,7 bilhões em 2020, o primeiro em uma década. A petroleira britânica chegou a registrar lucro no 3º trimestre do ano passado, o que tinha animado investidores e executivos para a possibilidade de uma recuperação ainda em 2020. No entanto, o desempenho da empresa no último trimestre do ano foi decepcionante: queda de 96% no lucro, estimado em US$ 115 milhões. O Financial Times deu mais detalhes sobre as perdas da BP.

Em tempo: Enquanto lambe as feridas, a ExxonMobil apresentou nesta semana um novo plano para investir cerca de US$ 3 bilhões até 2025  no desenvolvimento de tecnologia para captura e armazenamento de carbono (CCS, em inglês) por meio de uma nova subsidiária dedicada a soluções de baixo carbono. De acordo com a Exxon, 20 projetos de CCS estão em andamento em todo o mundo. A tecnologia é tida como crucial – por boa parte da indústria do petróleo e por alguns especialistas – para conter o aquecimento global, mas bastante contestada por ambientalistas e cientistas por causa de seu alto custo e da incerteza sobre sua eficácia climática.

Bloomberg, NY Times e Reuters repercutiram o anúncio.

 

ClimaInfo, 3 de fevereiro de 2021.

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