Segue forte a pressão sobre bancos e empresas europeias com negócios relacionados ao desmatamento na Amazônia. Nesta semana, o banco francês BNP Paribas anunciou a suspensão de financiamento para clientes que compram gado ou soja produzido em terras desmatadas ou convertidas depois de 2008.
Além disso, o banco incentivará seus clientes a não comprarem ou produzirem carne bovina ou soja oriundos do Cerrado, condicionando a aprovação de crédito à adoção de uma estratégia de desmatamento zero até 2025.
Por fim, o BNP Paribas exigirá de todos os seus clientes a total rastreabilidade das cadeias de suprimento de carne bovina e soja (direto e indireto) até 2025. “Instituições financeiras expostas ao setor agrícola no Brasil devem contribuir para essa luta contra o desmatamento”, disse o banco em comunicado.
À Reuters, ambientalistas europeus saudaram a decisão do BNP Paribas, mas pressionaram por ações mais rápidas e incisivas contra o desmatamento. O prazo para implementação dessas restrições até 2025 “está dando às empresas mais cinco anos para derrubar florestas impunemente”, afirmou a organização francesa Canopée – Forêts Vivantes. Deutsche Welle também repercutiu o anúncio.
Em tempo 1: Empresas alemãs serão obrigadas a fazer due diligences ambiental e de direitos humanos nas suas cadeias de suprimento globais, segundo projeto acordado no âmbito do governo daquele país que ainda será apreciado pelo Congresso. Um projeto semelhante está em discussão no Reino Unido.
Em tempo 2: Uma investigação do Guardian, do Bureau of Investigative Journalism e da agência de dados C4ADS apurou que ao menos três das maiores redes de supermercados dos EUA vendem carne bovina brasileira associada ao desmatamento na Amazônia. Segundo a reportagem, milhares de toneladas de carne foram importadas do Brasil por grupos como Walmart, COSTCO e Kroger do Brasil nos últimos anos por meio de uma subsidiária da JBS nos EUA.
ClimaInfo, 18 de fevereiro de 2021.
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