Fantasma do greenwashing segue vivo em empresas e instituições financeiras 

Greenwashing

Nos últimos tempos, muitas grandes empresas têm anunciado novos esforços para enfrentar a mudança do clima e reduzir o impacto ambiental e climático de suas operações, produtos e serviços. A mesma coisa está acontecendo no mercado financeiro, com diversas instituições financeiras assumindo compromissos para restringir o financiamento a atividades carbono-intensivas e priorizar negócios mais limpos e sustentáveis. Será que estamos vendo uma efetiva transformação no mundo empresarial e financeiro? Finalmente eles entenderam a gravidade da crise climática? Ou será que tudo não passa do famigerado greenwashing?

Duas reportagens analisaram essa questão e as dúvidas acerca da seriedade desses movimentos em prol do clima e do meio ambiente entre as principais empresas, bancos e investidores do mundo. O NY Times contrastou as promessas ambiciosas para descarbonizar investimentos e negócios nas próximas décadas com a realidade das operações atuais, ainda bastante associadas com a indústria dos combustíveis fósseis. Em muitos casos, a falta de clareza e de transparência sobre os dados de emissões acaba solapando qualquer expectativa positiva em torno da ambição dos novos compromissos climáticos.

A Vice foi além e destrinchou as promessas de investimentos verdes anunciadas por instituições como JP Morgan, Citibank, Bank of America e Goldman Sachs. A reportagem destacou levantamento feito pela Rainforest Action Network que mostrou que os grandes bancos continuam emprestando enormes somas aos setores econômicos responsáveis pela degradação ambiental do planeta. A conclusão é dura: a despeito da discussão em torno de investimentos ESG, a história segue no campo das aspirações e está longe de se tornar uma prática comercial central.

 

ClimaInfo, 24 de fevereiro de 2021.

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