Capacidade de geração eólica precisa triplicar na próxima década para permitir zerar emissões de energia, diz relatório

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A capacidade de geração de energia eólica no mundo atingiu um novo recorde em 2020, com a instalação de 93 gigawatts, um aumento de 53% na comparação com o ano anterior, destacou o Conselho Global de Energia Eólica (GWEC) em relatório divulgado na semana passada.

No entanto, o ritmo de expansão da geração eólica ainda está aquém do necessário para se viabilizar a descarbonização do setor elétrico mundial. De acordo com o documento, os países precisam instalar pelo menos 180 GW de nova capacidade eólica a cada ano se quiserem limitar o aquecimento do planeta em menos de 2oC até o final do século; para a neutralidade do carbono até 2050, o ritmo de instalação precisa ser ainda maior, na ordem de 280 GW por ano, três vezes superior ao registrado no último ano. Em todo o mundo, a capacidade de geração eólica soma 742 GW, o suficiente para se evitar a emissão de mais de 1,1 bilhão de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera anualmente. A Reuters deu mais detalhes.

Em tempo: A explosão da geração eólica na China causou um efeito colateral curioso e preocupante na Amazônia equatoriana. Segundo reportagem da BBC, o crescimento vertiginoso desse setor se refletiu em um aumento de proporção parecida na demanda por pau-de-balsa, uma madeira comum em trechos amazônicos de Equador, Colômbia e Peru, e que é bastante utilizada na produção de turbinas de geração eólica. A falta de regulamentação da exploração dessa madeira no Equador tornou o país o principal exportador de pau-de-balsa para os chineses. O custo ambiental disso foi enorme: áreas vulneráveis, como habitats naturais de espécies nativas da Amazônia e terras de Comunidades Indígenas e Tradicionais foram devastadas nos últimos anos com a exploração massiva e ilegal dessa madeira.

 

ClimaInfo, 29 de março de 2021.

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