Passageiros frequentes são responsáveis pela maior parte dos impactos climáticos da aviação civil, sugere estudo

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Uma “minoria de elite” entre os milhões de passageiros que voam nos céus do mundo é a maior responsável pela pegada de carbono da aviação civil global, revelou um novo relatório da consultoria britânica Possible nesta semana. O documento reúne dados dos países com as maiores emissões da aviação, mostrando um padrão característico em todos os casos: os chamados “viajantes frequentes”, tão valorizados e paparicados pelas companhias aéreas, respondem pela maior parte das viagens realizadas por avião todos os anos. Nos EUA, por exemplo, 12% dos viajantes responderam por 66% dos voos; na China, 5% dos consumidores realizaram 40% dos voos. Já na França e na Índia, essas margens são ainda mais elásticas: 2% dos franceses foram responsáveis por metade dos voos, e 1% dos indianos, por 45% dos voos.

A pandemia diminuiu consideravelmente a atividade da aviação civil no ano passado, mas analistas temem que uma retomada dos voos após a crise favoreça ainda mais os viajantes frequentes. Para evitar isso, o relatório defende a imposição de uma taxa sobre o passageiro relacionada à quantidade de voos que ele realiza ao longo de um ano: quanto mais viagens a pessoa fizer, mais ela terá que pagar. “Se não for controlada, as emissões de indústrias poluentes, como a aviação civil, ameaçam destruir o clima”, argumentou Alethea Warrington, gerente de campanhas da Possible. “Este relatório mostra [que] embora as comunidades mais pobres já estejam sofrendo os impactos do aquecimento do clima, os benefícios de estilos de vida com alto teor de carbono são usufruídos apenas por poucos. Um imposto progressivo sobre a aviação trataria os voos frequentes como um hábito de luxo. ”

BBC, Guardian e Sky News deram mais informações sobre o estudo.

 

ClimaInfo, de abril de 2021.

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