Desastre nuclear: Japão anuncia despejo de água tratada de Fukushima no mar e alarma países da região

Fukushima

Dez anos após o desastre nuclear de Fukushima, o governo do Japão anunciou que pretende despejar mais de um milhão de toneladas de água contaminada da usina nuclear. Segundo as autoridades japonesas, a água foi filtrada e tratada para eliminar a maior parte das substâncias radioativas, dentro dos padrões internacionais. No entanto, o anúncio foi recebido com preocupação por países vizinhos, como a Coreia do Sul, e pela indústria pesqueira japonesa.

De acordo com a Reuters, o embaixador japonês em Seul foi convocado para prestar esclarecimentos e receber os protestos do governo sul-coreano. A China também reagiu contrária ao despejo de água de Fukushima. “Essa ação é extremamente irresponsável e prejudicará seriamente a saúde pública internacional e a segurança, bem como os interesses vitais das pessoas nos países vizinhos”, afirmou o ministério do exterior chinês. Por outro lado, os EUA manifestaram apoio à decisão japonesa, reforçando o argumento de que a TEPCO, empresa responsável pela usina de Fukushima, seguiu os padrões internacionais no processo de descontaminação da água.

Segundo o governo japonês, a liberação de água é necessária para que se prossiga com o descomissionamento completo da usina. O volume a ser despejado no mar equivale a 500 piscinas olímpicas e atualmente está armazenado em tanques ao custo anual de cerca de US$ 920 milhões. A decisão foi tomada faltando pouco menos de três meses para a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o que coloca mais pressão sobre as autoridades japonesas: isso porque alguns eventos, como canoagem, serão realizados a cerca de 60 km da usina de Fukushima. O primeiro-ministro Yoshihide Suga reafirmou que o lançamento da água tratada de Fukushima não representará nenhum risco aos atletas ou ao público.

Financial Times, Guardian e Folha destacaram essa notícia.

 

ClimaInfo, 14 de abril de 2021.

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