“Elite poluidora”: 1% mais rico emite duas vezes mais carbono do que os 50% mais pobres

emissões da elite

A desigualdade social tem reflexos evidentes na questão climática. Uma análise divulgada pela Comissão de Sustentabilidade de Cambridge mostrou que a elite mais rica do mundo (apenas 1% da população global) emite o dobro das emissões de gases de efeito estufa com relação aos 50% mais pobres. Só os 5% mais ricos contribuíram com 37% do crescimento das emissões de carbono entre 1990 e 2015. Se considerarmos os 10% mais ricos, eles concentraram quase a metade do aumento de emissões nesse período.

Essa “elite poluidora” precisa fazer mudanças dramáticas em seus estilos de vida para que o planeta possa limitar o aquecimento neste século em 1,5oC em relação aos níveis pré-industriais, conforme definido pelo Acordo de Paris. Para manter essa meta viável, o 1% mais rico da população global deve reduzir suas emissões de carbono em, pelo menos, 30% por ano até 2030. O tamanho disso em termos de emissões fica ainda mais claro quando comparamos com os 50% mais pobres: para eles, as emissões anuais poderão aumentar até três vezes na próxima década que, ainda assim, não inviabilizarão a meta de 1,5oC.

O documento também exortou o governo do Reino Unido, anfitrião da próxima Conferência do Clima (COP26), a avançar com medidas substanciais para restringir as emissões da parcela mais rica da população (como, por exemplo, a imposição de uma taxa sobre passageiros aéreos frequentes) e a facilitar investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias e na adoção de fontes de energia mais limpas. Ao mesmo tempo, ele reforça a importância da conscientização no nível individual pelas pessoas, para modificar comportamentos que hoje resultam em emissões excessivas de carbono. BBC, Daily Mail, Independent, Sky News e Veja destacaram o relatório.

 

ClimaInfo, 14 de abril de 2021.

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