À míngua no orçamento federal, o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) vive a pior crise de sua história. Sem dinheiro para fazer seu trabalho básico, a direção e os servidores do órgão contam os centavos para avaliar quais atividades poderão ser mantidas ao longo do ano – e quais serão descontinuadas. Uma das frentes de atuação que podem ser prejudicadas com a falta de verba é a de combate a incêndios florestais. Mesmo depois do Brasil ter sofrido queimadas históricas no Pantanal e na Amazônia nos últimos anos, o ICMBio pode ser forçado a dispensar as brigadas de incêndio responsáveis pelo combate ao fogo nas Unidades de Conservação da União.
O Eco citou ofício do diretor de planejamento, administração e logística do ICMBio, Ronei Alcântara da Fonseca, à presidência da entidade. Segundo ele, caso não haja recomposição orçamentária, com R$ 60 milhões a mais, as brigadas poderão ser dispensadas a partir de maio (bem quando começa a temporada de queimadas na Amazônia); além disso, os serviços de aeronaves para combate aos incêndios e a circulação da frota do ICMBio já estão comprometidos desde o começo deste mês. André Borges também destaca o ofício no Estadão, lembrando que o orçamento do ICMBio para 2021 é de R$ 177 milhões, valor 30% menor que o do ano passado (redução de R$ 72 milhões).
Em tempo: Garimpeiros que atuam na Terra Indígena Munduruku (PA) estão articulando uma grande manifestação em Brasília para pressionar o STF e o Congresso Nacional pela liberação da exploração mineral no território. Segundo O Globo, lideranças do garimpo ilegal estão fazendo uma “vaquinha” entre empresários, comerciantes e moradores de Jacareacanga e Itaituba para enviar ônibus “lotados de índios” para a capital federal – mesmo com o Brasil vivendo o pior momento da pandemia até agora. No mês passado, organizações indígenas contrárias ao garimpo na TI Munduruku foram atacadas por garimpeiros e indígenas aliciados.
ClimaInfo, 16 de abril de 2021.
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