Cúpula climática: chegou a hora dos EUA mostrarem serviço

19 de abril de 2021

Depois de meses de afirmações contundentes e medidas pouco concretas, o governo de Joe Biden chega à “hora da verdade” no que diz respeito ao engajamento dos EUA na agenda climática internacional. Depois de quatro anos de frustração com Trump na Casa Branca, o mundo espera que o novo presidente norte-americano faça jus às promessas feitas durante a campanha presidencial do ano passado e, com a Cúpula Climática desta semana, recoloque o país na dianteira dos esforços globais contra a mudança do clima.

O Guardian e a Bloomberg destacaram essa expectativa entre ativistas climáticos dentro e fora dos EUA, além de lideranças políticas internacionais. A nova meta de redução de emissões para 2030 é um dos números mais aguardados: especula-se que a versão revisada da NDC norte-americana para o Acordo de Paris, a ser apresentada durante o evento desta 5ª feira, defina uma redução de ao menos 50% das emissões do país até o final desta década em comparação com 2005. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também reforçou à Reuters essa expectativa, defendendo que os EUA apresentem uma meta de redução superior a 50% como uma sinalização importante para que outros países também adotem metas mais ambiciosas. Além disso, o Guardian também fez um balanço sobre os compromissos já anunciados pelos países antes da Cúpula Climática.

No Estadão, o professor Paul Bledsoe, da American University e ex-representante da gestão de Bill Clinton nos EUA para o clima, defendeu que Biden assuma compromissos ainda mais ambiciosos, com medidas imediatas e concretas para reduzir as emissões de carbono no curto prazo. Ele cita os chamados “superpoluentes” – como metano, hidrofluorcarboneto (HFC) e fuligem de carbono negro – que se dissipam na atmosfera mais rapidamente e que podem ser reduzidos de maneira mais simples e imediata. “Estes se dissipam na atmosfera mais rapidamente, então cortá-los imediatamente faria mais para mitigar os impactos climáticos de curto prazo. Isso pode reduzir a taxa de aquecimento pela metade nos próximos 25 anos”, apontou. Sem isso, de acordo com ele, o mundo terá poucas chances para chegar à neutralidade do carbono em 2050.

 

ClimaInfo, 20 de abril de 2021.

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