China promete reduzir consumo de carvão, mas apenas no final da década

China carvão

Um dos pontos mais delicados na trajetória da China rumo à descarbonização de sua economia está na dependência que o país ainda mantém com relação ao carvão para geração de eletricidade. Mesmo com os compromissos climáticos anunciados recentemente, Pequim não dá sinais de que pretenda reverter essa situação, ao menos no curto prazo. Nesta 3ª feira (27/4), o diretor do departamento de clima do ministério chinês do meio ambiente, Li Gao, ressaltou que o país quer diminuir sua dependência do carvão, mas que esse combustível continuará sendo a base da indústria elétrica nos próximos cinco anos – hoje, 60% da eletricidade chinesa é gerada pela queima de carvão. Por essa razão, a China ainda prevê a construção de novas usinas térmicas a carvão, mas Li ressaltou que as novas plantas serão mais eficientes e menos poluentes. Especialistas e ambientalistas contestam esse argumento e apontam que, para viabilizar uma redução substancial de suas emissões, a China precisa interromper a construção de novas usinas térmicas e diminuir a geração elétrica pelas usinas existentes. Associated Press, Forbes, Independent e South China Morning Post destacaram a fala do representante chinês.

Falando sobre carvão, uma análise feita pela ONG Reclaim Finance apontou que a iniciativa internacional Powering Past Coal Alliance, encabeçada pelos Reino Unido e Canadá com governos nacionais e locais e empresas para facilitar o abandono do carvão em todo o mundo, não está sendo bem sucedida e corre o risco de virar mais um mecanismo de greenwashing. De acordo com o Guardian, os países seguem investindo recursos em novos projetos de geração térmica a carvão, embora tenham se comprometido a apresentar planos para eliminar as usinas movidas a carvão antes de 2030, no caso dos países desenvolvidos, e de 2050, no dos países em desenvolvimento.

 

ClimaInfo, 28 de abril de 2021.

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