Sede de sindicato de trabalhadores rurais em Santarém é invadida

madeireiros invadem sindicato Santarém

A sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (PA) foi invadida ontem (3/5) por causa de uma decisão judicial que suspendeu a exploração de madeira na Reserva Extrativista (RESEX) Tapajós Arapiuns, segundo informou André Borges no Estadão. A decisão decorreu de ação movida pelo sindicato, junto com representantes indígenas, que questionou a extração de madeira na Unidade.

Como explicou Gracivane de Moura, secretária de políticas sociais do sindicato, “Não houve consulta prévia [às comunidades locais]. Não somos contra os projetos na reserva, mas precisam ser feitos com o acordo de todos, em benefício de todos e não apenas de alguns, como vinha ocorrendo”. Cerca de 22 mil pessoas, entre indígenas e não-indígenas, vivem nessa área. A Polícia Militar do Pará foi ao local para evitar confrontos. O Valor também noticiou a situação em Santarém.

Ataques a grupos indígenas 1: A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) ingressou ontem com um pedido de habeas corpus na Vara Federal Criminal do Distrito Federal para trancar o inquérito aberto pela Polícia Federal, à pedido da Funai, contra Sonia Guajajara, argumentando que a ação carece de “indícios mínimos capazes de deflagrar uma investigação penal”. A Funai acusou a coordenadora-executiva da APIB de difamar o governo federal ao fazer críticas à atuação da União no combate à pandemia nas comunidades indígenas. O Globo deu mais detalhes.

Ataques a grupos indígenas 2: Já na divisa entre Roraima e Amazonas, indígenas da etnia Waimiri-Atroari refutaram a acusação feita por Jair Bolsonaro em live na semana passada de que os indígenas estariam cobrando pedágio e atrapalhando as obras de construção da linha de transmissão de energia elétrica de Tucuruí. À coluna de Rubens Valente no UOL, eles afirmaram que enxergam a fala de Bolsonaro como uma “ameaça”, já que, a partir dessa acusação, o presidente deixou subentendido que o grupo seria responsável por eventuais gastos adicionais para o fornecimento de eletricidade em Boa Vista (RR). Na live, Bolsonaro estava ao lado do presidente da Funai, Marcelo Xavier, quem não se manifestou.

Em tempo: Durante sua participação na sessão de ontem da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, Salles fez uma observação no mínimo irônica. Para o ministro do meio ambiente (que se envolveu em uma polêmica cabeluda ao tentar interferir em uma investigação da Polícia Federal contra madeireiros suspeitos de crimes ambientais), os indígenas brasileiros “não precisam de lobistas” para defender seus direitos. Curioso.

 

ClimaInfo, 4 de maio de 2021.

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