A administração do condado de Miami-Dade, na Flórida, criou neste mês a primeira repartição pública no nível local nos EUA dedicada a avaliar e atenuar os impactos da intensificação do calor sobre a população e a infraestrutura urbana. Essa questão é particularmente desafiadora em Miami, destino famoso por suas praias e um dos locais mais vulneráveis dos EUA para eventos climáticos extremos, como tempestades tropicais e ondas de calor intenso.
A diretora do escritório de Miami-Dade para o calor, Jane Gilbert, não esconde a preocupação com o problema. Para ela, o calor intenso é um “assassino silencioso”, o efeito imediato mais danoso da crise climática, responsável direto e indireto por milhares de mortes todos os anos. “Em Miami, não é preciso um aumento de temperatura excessivo para as coisas ficarem perigosas”, disse Gilbert. O trabalho dela será articular essa questão dentro das políticas públicas no condado, para prevenir situações críticas e diminuir os danos causados pelo calor.
Por um lado, a retomada da agenda climática nos EUA pelo governo de Joe Biden é um sinal animador para Gilbert, que pretende intensificar o diálogo com autoridades federais nesse assunto. Por outro, o fato do negacionista Partido Republicano dominar o governo da Flórida pode representar um obstáculo considerável para uma articulação 100% integrada da resposta governamental ao calor em Miami-Dade.
Guardian, Miami Herald, Reuters, The Hill e Washington Post destacaram essa notícia.
Em tempo: O NY Times abordou o drama vivido por Taiwan, que vive uma crise hídrica histórica que ameaça causar um colapso na economia da ilha. Os reservatórios de água estão em níveis baixíssimos; alguns estão totalmente secos, tomados pela grama. Os taiwaneses têm recorrido a poços e usinas de dessalinização para manter o abastecimento de água em níveis básicos.
ClimaInfo, 31 de maio de 2021.
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