A corrida contra o tempo para salvar os oceanos

9 de junho de 2021

Ontem (8/6) foi Dia Mundial dos Oceanos, que abriu a Década da ONU da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. A ideia é aproveitar os próximos anos para mobilizar cientistas, governos, empresas e cidadãos em defesa dos oceanos no contexto da crise climática e da degradação dos ecossistemas marinhos. Suely Araújo e Ana Paula Prates, do GT de Oceanos do Observatório do Clima, salientaram a importância de se avançar no estudo e proteção do oceano, já que ele desempenha um papel vital nas dinâmicas climáticas globais. Mais da metade do oxigênio de nossa atmosfera é gerado por ele e cerca de 83% do ciclo global do carbono circula pelas águas marinhas. No entanto, sinais recentes reforçaram que o aquecimento do planeta começa a impactar negativamente os ambientes oceânicos.

“Nos últimos 200 anos, o oceano absorveu mais de um terço do CO2 produzido e mais de 90% do calor retido pela crescente concentração de gases de efeito estufa”, destacaram elas n’O Eco. Apenas nos últimos 25 anos, o calor absorvido pelo oceano foi equivalente à explosão de 3,6 bilhões de bombas nucleares como a que destruiu Hiroshima em 1945. Tal como nos ecossistemas terrestres, os oceanos cada vez mais se aproximam de um ponto de não-retorno, o que pode inviabilizar qualquer esforço da humanidade para evitar o pior da crise climática.

Em tempo: O governo da Turquia deve iniciar nos próximos dias uma verdadeira operação de guerra para limpar o Mar de Mármara, atingido nos últimos dias por um surto de muco marinho. De acordo com especialistas, o material é decorrente de processos naturais que foram intensificados nos últimos tempos pela elevação da temperatura do mar, pela proliferação de algas marinhas e pela presença de resíduos poluentes na água. Em geral, essa “gosma” não é prejudicial, mas sua alta concentração pode atrair vírus e bactérias e se tornar um “cobertor”, sufocando a vida marinha abaixo dele. Segundo o ministério do meio ambiente do país, serão utilizados mais de 40 embarcações, além de mil trabalhadores, para retirar o muco. O governo também se comprometeu a combater a pesca ilegal e o despejo de dejetos tóxicos na água. Associated Press, Deutsche Welle e Reuters deram mais detalhes. O UOL explicou como surgiu a “gosma” marinha na Turquia.

 

ClimaInfo, 9 de junho de 2021.

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