Baterias mais baratas podem gerar mais resíduos na produção de carros elétricos

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O esforço das montadoras automobilísticas para baratear os carros elétricos pode resultar em um problema de lixo nas próximas décadas, alertou a Umicore, maior empresa de materiais de bateria da Europa. Segundo o Financial Times, companhias como Tesla, Volkswagen e Ford estão apostando em baterias de lítio com ferro como uma alternativa tecnológica para baratear os modelos elétricos e ampliar a venda deles nos principais mercados globais, em detrimento de outros metais mais valiosos e resistentes, como níquel e cobalto. Segundo Marc Grynberg, chefe da Umicore, o barato no curto prazo pode sair caro no longo, já que as montadoras podem ter que pagar mais para que essas baterias sejam recicladas após seu esgotamento, o que será integralmente arcado por elas caso os veículos estiverem dentro da garantia. “Quanto menor o valor do metal, maior será o custo líquido em que você terá que incorrer para reciclá-lo”, disse Grynberg.

Outra notícia foi a condenação da Hyundai no Reino Unido, sob a acusação de que a empresa teria feito propaganda enganosa ao dizer que um de seus carros com célula de combustível a hidrogênio “purifica o ar à medida em que corre”. Segundo a Autoridade de Padrões de Publicidade do Reino Unido, a afirmação da Hyundai levou os consumidores a entender que o carro teria um impacto ambiental insignificante e que removeria as impurezas do ar enquanto era dirigido. Isso não se sustenta, já que o modelo em questão, o Nexo, liberta partículas como resultado do desgaste dos freios e pneus. A Bloomberg deu mais detalhes.

Em tempo: O ex-CEO da Volkswagen, Martin Winterkorn, foi indiciado pela justiça da Alemanha por falso testemunho ao afirmar, em audiência no Parlamento, que não sabia da fraude nos dispositivos de detecção de emissão de veículos a diesel antes de se tornar pública. O escândalo do “Dieselgate”, desbaratado em 2015, foi o maior baque da história recente da VW, que foi forçada a pagar mais de 32 bilhões de euros em multas, reparos e custas judiciais em todo o mundo. Além disso, Winterkorn e outros ex-executivos da montadora concordaram em devolver cerca de 288 milhões de euros à Volks como indenização pelo episódio.

 

ClimaInfo, 10 de junho de 2021.

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