Usinas de álcool querem aproveitar a crise hídrica para vender mais energia

Usinas de álcool

Quase todas as mais de 400 usinas de álcool em operação no país queimam bagaço para gerar e vender a eletricidade excedente. Elas querem aproveitar esse momento de crise hídrica para ganhar mais mercado no setor elétrico. Disputas judiciais com a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) que já levam anos fizeram com que as usinas perdessem o incentivo para gerar mais energia. Agora, as usinas esperam que o governo ajude a destravar a disputa e garanta a compra de mais de sua energia, talvez por meio de um leilão dedicado. A notícia é da Forbes em parceria com a Reuters. A CNN e o UOL republicaram a matéria.

Para contextualizar, o país consome por volta de 550 TWh por ano (bilhões de kWh). As usinas de álcool geram por volta de 35 TWh (6%). A matéria informa que elas poderiam gerar mais 1,2 TWh este ano e 3,5 TWh no ano que vem. Toda energia adicional é bem-vinda, inclusive esse 0,2% em 2021.

Por causa da seca, pode faltar bagaço, mas, neste caso, as usinas prometem comprar cavaco de madeira e bagaço de quem não o usa.

Em tempo 1: Mauro Zafalon avisa na sua coluna na Folha que “a safra brasileira de grãos deverá registrar uma queda de 10 milhões de toneladas” ou 4% da projeção do setor.

Em tempo 2: A seca também está de amargar em todo o sudoeste dos EUA. O NY Times publicou 3 histórias recentemente. Uma atribuindo parte da seca à mudança do clima, outra sobre “guerras” pela água entre os estados da Califórnia e Oregon, e uma terceira com uma coletânea de textos e fotos da região.

 

ClimaInfo, 11 de junho de 2021.

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