G7: países ricos concordam com mais financiamento para a ação climática, mas sem cronograma

14 de junho de 2021

A cúpula do G7, o grupo das sete maiores economias do mundo, terminou neste domingo (13/6) com um gosto azedo para quem se preocupa com a crise climática. Ao mesmo tempo em que os chefes de governo reforçaram as promessas de mais ação e investimento para a transição para o carbono zero, o tom ainda é vago e os compromissos carecem da urgência necessária para o enfrentamento do problema.

Pelo lado otimista, o G7 anunciou a intensificação de esforços nos próximos meses para elevar o volume anual de recursos financeiros disponíveis para ação climática nos países em desenvolvimento, de maneira a atingir o montante de US$ 100 bilhões ainda em 2021.

A promessa é antiga: em 2009, na Conferência de Copenhague (COP15), os países ricos se comprometeram a atingir esta meta até 2020, o que não foi cumprido. Outra sinalização do G7 foi a de se criar uma iniciativa multilateral para financiar projetos de infraestrutura em países pobres – uma clara tentativa de se contrapor com a Belt & Road Initiative (BRI) encabeçada pela China. Segundo o grupo, a ideia é apoiar esforços de reconstrução e retomada econômica pautados pela lógica do “build back better”, encampada pela gestão de Joe Biden nos EUA.

Por outro lado, as promessas e sinalizações do G7 para a ação climática foram recebidas com decepção por ativistas e organizações da sociedade civil. “O encontro do G7 era uma oportunidade para os países ricos oferecerem mais saúde, justiça econômica e climática para as pessoas na linha de frente da pandemia global e da crise climática. Ao invés disso, o que vimos foram declarações ousadas sem substância”, ressaltou a Coalizão Civil Society (C7), que reúne entidades como a Climate Action Network (CAN) e o Comitê da UNICEF no Reino Unido. “O anúncio [de ajuda financeira] representa apenas novos cálculos de antigas promessas”, destacou o escritório britânico da Oxfam. “Será necessário um esforço hercúleo para que os países cortem suas emissões e atinjam a meta de US$ 100 bilhões por ano para financiamento climático”.

Associated Press, BBC, Bloomberg, Economist, Financial Times, Guardian, Independent, NY Times e Reuters fizeram um balanço climático do encontro do G7 deste ano.

 

ClimaInfo, 14 de junho de 2021.

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