Governo reajusta tarifas eletricidade e estuda novas medidas para conter consumo de energia

16 de junho de 2021

Com o Brasil sob o risco de um novo racionamento de eletricidade, o governo federal decidiu reajustar os valores das bandeiras tarifárias em um esforço para conter o consumo. Os valores ainda não foram definidos, mas a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estima que a tarifa na bandeira vermelha, a mais cara, deverá subir mais de 20%. Em junho, o sistema nacional elétrico já está operando no patamar mais alto, a bandeira vermelha nível 2. O aumento da tarifa também deverá refletir o acionamento das usinas termelétricas, com energia mais cara, para complementar a geração reduzida das hidrelétricas. Segundo o Valor, o uso das termelétricas deverá resultar em um custo adicional de R$ 9 bilhões aos consumidores. Folha e O Globo deram mais detalhes.

Outra medida que está sendo analisada pelo governo é o deslocamento do consumo de energia nos horários de pico. De acordo com a Folha, a ideia é oferecer algum incentivo na conta de luz, como descontos ou créditos tarifários para reduzir o consumo nos horários em que o sistema elétrico é mais demandado. A priori, esse programa entraria em vigor já para o mês de julho. Já o Valor mostrou a proposta de representantes da indústria eletrointensiva para ajudar o governo no esforço para reduzir o consumo elétrico. As empresas propuseram um mecanismo voluntário, no âmbito da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), para incentivar os grandes consumidores a reorganizar suas operações diárias para aliviar a demanda elétrica sempre que o Operador Nacional do Sistema (ONS) avaliar necessário.

Na CBN, Míriam Leitão observou que, mais uma vez, os consumidores brasileiros serão obrigados a arcar com o custo da falta de planejamento do governo federal para melhorar a resiliência do sistema elétrico nacional. “O governo precisa encontrar uma forma mais racional para não ser surpreendido todo o dia. Com a mudança climática, este estresse hídrico é mais frequente e o Brasil precisa se preparar, porque sua matriz energética é principalmente hidrelétrica”.

Em tempo: Além da crise elétrica, a estiagem prolongada no Brasil também pode paralisar a hidrovia Tietê-Paraná a partir de julho. Segundo o Estadão, o ONS entende que a medida será necessária para priorizar o uso da água na bacia do rio Paraná para a geração de energia, pois estima um ganho de 1,6% em capacidade de geração armazenada com a paralisação. Uma alternativa ao fechamento total seria a redução do calado dos navios que circulam na hidrovia, o que poderia gerar um ganho de 0,5%. A hidrovia é um dos principais corredores fluviais do Brasil, usada para o escoamento da produção de grãos, madeira, arena e cana.

 

ClimaInfo, 16 de junho de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar