ISA: desmatamento da Amazônia atinge maior índice em 12 anos

28 de junho de 2021

Uma análise do Instituto Socioambiental (ISA) sobre os dados do sistema PRODES/INPE mostrou que a taxa de desmatamento na Amazônia Legal brasileira em 2020 foi a maior em 12 anos. Na comparação do biênio 2019-2020 com o anterior (2017-2018), já sob o governo Bolsonaro, o desmatamento cresceu 48,3% nas áreas protegidas da Amazônia. Todas as categorias fundiárias observadas pela pesquisa sofreram aumento no desmatamento.

Nas Unidades de Conservação (UCs), a alta foi de 63,1%, com destaque para as áreas administradas pela União, que tiveram um aumento de 129,8% no desmatamento no período; as UCs sob administração dos estados registraram um crescimento de 35,5% no desmatamento. Já nas Áreas de Proteção Permanente (APPs), o desmatamento disparou 90,8% nos terrenos da União e 58,2% nos dos estados.

As Terras Indígenas (TIs) também sofreram a intensificação do desmate: o ritmo de destruição aumentou 42,5% na comparação entre 2017-18 e 2019-20; nas TIs mais vulneráveis, com histórico de conflitos fundiários, o aumento do desmate foi ainda mais significativo – 534% nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro em relação aos dois anos finais da gestão Temer. O Globo deu mais detalhes.

O cenário para 2021 não indica mudanças expressivas para melhor na situação da Floresta Amazônica. Com o desmatamento em alta nos últimos meses, a Amazônia está entrando na temporada seca ainda mais vulnerável à destruição florestal e às queimadas, que devem ganhar força nos próximos meses.

Para piorar, como o Valor observou, o Congresso Nacional assumiu o comando da “boiada” deixada por Salles em Brasília, aprovando a toque de caixa diversos projetos com potencial de ampliar a devastação ambiental no país.

Em tempo 1: No Financial Times, Pilita Clark analisa a emergência das discussões em torno da tipificação do ecocídio como um crime internacional, sob a jurisdição legal do Tribunal Penal Internacional, e vislumbra um primeiro nome que poderia ser levado a Haia para ser julgado pela destruição propositada da natureza – ninguém menos do que Bolsonaro. O caminho é longo e os obstáculos são consideráveis, mas os defensores da proposta entendem que a sua própria existência, mais do que a tipificação em si, pode servir como um impeditivo para condutas irresponsáveis com o meio ambiente por parte de governos e empresas. A Folha publicou uma tradução do artigo.

Em tempo 2: A CNN fez um raio-X das origens da política antiambiental empreendida por Bolsonaro. Para surpresa de ninguém, o ponto de partida está em teorias conspiratórias acerca da “posse” da Floresta Amazônica brasileira por uma variedade de atores internacionais – desde governos estrangeiros e empresas multinacionais até “asongues” tão vilipendiadas por Bolsonaro. Como a reportagem ressalta, a preocupação do presidente não está na preservação da floresta, mas sim em sua posse absoluta pura e simples.

 

Leia mais sobre desmatamento Amazônia e governo Bolsonaro desmonte ambiental no ClimaInfo aqui.

 

ClimaInfo, 28 de junho de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar