Um balanço da corrida global pelo mercado de veículos elétricos

28 de junho de 2021

O caminho é longo e ainda temos muito chão pela frente, mas o mundo se move com velocidade crescente rumo à eletrificação do transporte motorizado, impulsionado por promessas ambiciosas das gigantes automobilísticas e pelos avanços dessa tecnologia.

A Bloomberg fez um balanço da “corrida” dos países pela adoção e popularização dos carros elétricos, com destaque para a China e os países europeus. Os EUA começam a despontar como competidores na disputa, beneficiados pelos compromissos e metas climáticos apresentados por Biden e por anúncios recentes da GM e da Ford de eletrificação total do portfólio de veículos até a década de 2030.

Por outro lado, obstáculos importantes persistem no meio do caminho dos carros elétricos, em especial a falta de infraestrutura básica para recarga e a escassez de materiais importantes para a montagem das baterias, como metais raros.

Na Europa, duas montadoras fizeram anúncios importantes para os próximos anos. A alemã Volkswagen confirmou que irá parar de montar e vender carros com motor a combustão nos países europeus até 2035, quando suas fábricas se dedicando totalmente, a partir de então, à fabricação de modelos elétricos. A VW também prometeu fazer o mesmo nos EUA e na China algum tempo depois, sem sinalizar um prazo em específico. Já para outros mercados, como a América Latina, a meta está mais distante, já que “ainda faltam as condições políticas e de infraestrutura” para tanto. A Reuters repercutiu o anúncio.

Ao mesmo tempo, a francesa Renault firmou uma parceria com a fábrica suíça de semicondutores STMicroelectronics para desenvolvimento de projetos relacionados à tecnologia de veículos elétricos e híbridos. O objetivo da parceria é reduzir o custo dos carros elétricos com o uso de semicondutores em cerca de 30%, além de melhorar a eficiência desses veículos em 45%. Automotive Business e InsideEVS deram mais detalhes.

A corrida tecnológica pelos veículos elétricos traz desafios gigantescos para o Brasil. Além dos custos atuais dos veículos, muito superiores aos preços praticados no país para os veículos flex, nem começamos a pensar na construção da infraestrutura necessária para carga e recarga das baterias. Um problema adicional será também enfrentado pela indústria do etanol e seus postos de trabalho. A turma da cana-de-açúcar faz seu lobby acenando com a tecnologia de células combustível, como mostra o artigo de Celso Ming no Estadão. Mas sabe que só sobreviverá se convencer outros países a adotar o etanol.

 

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ClimaInfo, 28 de junho de 2021.

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