Preços agrícolas devem diminuir, mas setor ficará distante de metas climáticas, projetam FAO e OCDE

FAO agricultural outlook 2021

Uma análise da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização da ONU para a Agricultura (FAO) mostrou que os governos precisam intensificar seus esforços para cumprir as metas globais de redução de emissões de carbono e de segurança alimentar até 2030. O Panorama Agrícola 2021-2030 fez projeções para a próxima década de 40 produtos agrícolas e pesqueiros em nível regional, nacional e global, analisando os impulsionadores do desempenho nos mercados agroalimentares.

A expectativa é de que a demanda por commodities agrícolas aumente 1,2% ao ano até o final dos anos 2020, patamar mais baixo que o registrado na década anterior (2,2% ao ano). A produção anual pode aumentar em 1,4%, impulsionada pela expansão produtiva nos países emergentes e de baixa renda; por outro lado, a produção agrícola deve cair nas América do Norte, Europa Ocidental e Ásia Central, resultado de restrições potenciais de natureza ambiental.

A boa notícia é que os preços dos principais alimentos devem cair nos próximos anos, favorecendo o acesso por parte de consumidores mais pobres depois de um aumento acentuado durante a pandemia em praticamente todo o mundo. Por outro lado, as emissões globais de carbono da agricultura devem aumentar 4% na próxima década, com a pecuária sendo responsável por cerca de 80% desse aumento. Além disso, mesmo com o aumento de produção e a queda nos preços, o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 2, que vislumbra acabar com a fome até 2030, não deve sair do papel por causa de problemas persistentes na distribuição dos alimentos.

Bloomberg e Reuters repercutiram as projeções da OCDE e da FAO.

 

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ClimaInfo, 6 de julho de 2021.

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