Grupos progressistas norte-americanos apresentaram uma carta ao presidente Biden alertando sobre o risco de que uma “guerra fria” com a China possa inviabilizar as ações globais necessárias para se conter a crise climática.
Os progressistas pediram à Casa Branca que priorize a questão climática dentro das relações diplomáticas com Pequim, com foco na cooperação entre as duas nações que mais emitem gases de efeito estufa no mundo: “Pedimos ao governo Biden e ao Congresso que evitem uma abordagem antagônica com a China e, ao invés disso, priorizem o multilateralismo, a diplomacia e a cooperação com a China para resolver a ameaça existencial que é a crise climática.”
POLITICO e The Hill repercutiram a carta.
A China tem sido um ponto delicado na política externa norte-americana sob Biden. Por um lado, os dois países têm ensaiado uma aproximação política na discussão sobre clima, restabelecendo as pontes derrubadas na gestão Trump. Por outro lado, as diferenças políticas, econômicas e estratégicas entre os dois países aumentaram nos últimos anos, o que agora dificulta a aproximação. A Casa Branca considera abertamente a China como uma adversária dos EUA, inclusive na corrida por mercados, tecnologias e soluções para a mudança do clima.
A possibilidade de uma abordagem cooperativa com os chineses não convence uma parcela considerável dos formuladores de política e de opinião pública nos EUA. No Washington Post, Isaac Stone Fish observou que os Direitos Humanos, um ponto problemático na China, não podem ser sacrificados em favor de uma cooperação mais próxima com os chineses.
Já na Foreign Policy, Steven Stashwick destacou que a competição entre norte-americanos e chineses, ao invés de melindrar a ação climática, pode servir como um seu impulsionador. Para ele, os grupos progressistas pressupõem que a adesão da China à ação climática está condicionada por concessões dos EUA – o que, de novo, ignora o fato de que os chineses sofrem tanto quanto os norte-americanos com os efeitos da mudança do clima.
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ClimaInfo, 12 de julho de 2021.
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