Os eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes por conta da crise do clima, estão dando as caras nos últimos tempos, especialmente no hemisfério norte. Por lá, o verão já trouxe fortes ondas de calor nos EUA, Rússia e Mediterrâneo, e chuvas torrenciais na Europa, Índia e China.
No sul, o inverno também tem sido de altos e baixos: o frio novamente derrubou os termômetros em boa parte do Brasil nos últimos dias, e uma forte estiagem esvazia os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste, além de ressecar o Pantanal e a Amazônia.
No UOL, Gabryella Garcia conversou com especialistas sobre os eventos extremos do verão do hemisfério norte anteciparem ou não possíveis eventos de forte calor e tempestade no próximo verão no hemisfério sul, a partir de dezembro.
O panorama ainda é incerto, mas o que preocupa neste momento é a possibilidade de mais um verão com chuvas abaixo da média histórica. Se isso acontecer, o Brasil terá um risco maior de colapso nos fornecimentos de água e energia elétrica no ano que vem.
Em editorial, O Globo ressaltou a possibilidade de um “apagão” no próximo ano e contrastou a proatividade de europeus e norte-americanos no desenvolvimento de novos compromissos e ações para conter a mudança do clima, com a omissão do governo Bolsonaro, que segue desmontando a política ambiental e ignorando o potencial das fontes energéticas renováveis solar e eólica.
“Enquanto todo o mundo se prepara para os desafios do século XXI, o Brasil até pouco tempo tinha um ministro que pensava como no século XIX, o ex-ministro Ricardo Salles”, comentou Míriam Leitão no Bom Dia Brasil (TV Globo). Para ela, o Brasil precisa acordar o quanto antes para suas vulnerabilidades climáticas e para a necessidade de não apenas conter o desmatamento e as emissões de carbono, mas também preparar as cidades e infraestruturas fundamentais para eventos climáticos extremos que serão cada vez mais frequentes no futuro.
Em tempo: De olho em 2022, o governador de São Paulo, João Doria, assinou decreto na última 3ª feira (20/7) aderindo à campanha Race to Zero, promovida pela ONU para acelerar a ação climática de governos subnacionais e empresas. O governo paulista se comprometeu a zerar suas emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050, em linha com os objetivos coletivos do Acordo de Paris. O decreto prevê a definição de novas metas para geração de energia renovável, restauração florestal, agricultura de baixo carbono e proteção da biodiversidade, entre outros tópicos. O Estadão e a Folha deram mais detalhes.
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ClimaInfo, 22 de julho de 2021.
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