O custo humano do carbono: aquecimento pode causar a morte de 83 milhões de pessoas neste século

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A intensificação do aquecimento nas próximas décadas pode resultar na morte de 83 milhões de pessoas até 2100 em todo o mundo, de acordo com um estudo inédito da Universidade de Colúmbia (EUA). Os pesquisadores analisaram o “custo de mortalidade do carbono” atrelado aos hábitos e estilos de vida da população dos EUA, o país mais rico do mundo. Para efeito de comparação, a pandemia de COVID-19 causou, até agora, a morte de 4,19 milhões de pessoas; ou seja, as mortes que poderão ocorrer por causa da mudança do clima superam as da pandemia em quase 20 vezes. É como se tivéssemos uma pandemia a cada cinco anos até 2100.

De acordo com a estimativa, em média, as emissões geradas por três norte-americanos médios (totalizando 4,4 mil toneladas de CO2 por ano) poderão causar a morte de uma pessoa até o final deste século. Uma usina termelétrica de carvão de padrão médio nos EUA geraria carbono suficiente para facilitar a morte de 904 pessoas em todo o mundo. Em compensação, a descarbonização global (emissões líquidas de carbono zeradas) salvaria a vida de cerca de 74 milhões de pessoas nesse período.

Com essas informações, a ideia dos autores é oferecer evidências para a discussão acerca da precificação de carbono por parte de governos e empresas. Mais do que simplesmente pensar no custo financeiro das emissões, a proposta é traduzir esse valor para uma realidade mais palpável, de vidas prejudicadas e/ou perdidas por causa da intensificação de eventos climáticos extremos, da elevação do nível do mar, da disrupção da produção de alimentos e da disseminação de novas doenças ou de doenças antigas em novas áreas do globo.

Bloomberg, Guardian e NY Times destacaram os principais pontos do relatório.

 

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ClimaInfo, 30 de julho de 2021.

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