Ainda existem ônibus elétricos em algumas cidades alimentados por fios esticados ao longo das ruas por onde trafegam, as catenárias. Na Europa, começa-se a testar um sistema misto com catenárias ao longo de rodovias e um motor normal para os percursos urbanos. A ideia começa a tomar corpo para enfrentar um dos nós mais complicados da transição energética: o transporte de carga em médias distâncias, as de poucas centenas de quilômetros. O New York Times conta de experiências deste tipo na Alemanha.
Tom Standage, no The Guardian, conta a história do transporte urbano, desde as carruagens a cavalo, passando pelas primeiras disputas entre os elétricos e os com motores a combustão. Como os derivados de petróleo oferecem muita energia por litro, estes últimos acabaram oferecendo muito mais autonomia e mobilidade, ao custo de um tanto a mais de aquecimento global. Standage faz um bom apanhado desta disputa histórica.
A ex-porta voz do governo de Boris Johnson, Allegra Stratton, se sente incomodada por falarem mal dela só porque ela prefere seu VW Golf a diesel do que um carro elétrico. Ela alega (sem trocadilho) que visita com frequência parentes que moram a distâncias entre 200 e 400 km uns dos outros e que, com um elétrico, precisaria parar por um longo período para recarregar as baterias. A matéria do The Guardian ouviu gente do setor que ficou decepcionado com a moça. Os atuais modelos rodam tranquilamente mais de 200 km. E, para chegar nos tais 400 km, só seria necessária uma parada convencional de 20 minutos para carregar 80% da bateria. Aliás, o sistema de trens ingleses também não é dos piores.
Em tempo: Em uma das fábricas de baterias da Tesla na Austrália, um incêndio em um container de empacotamento de baterias pegou fogo e os bombeiros demoraram três dias para apagá-lo. Segundo o Financial Times, isso mostra o risco apresentado pelas baterias de lítio. A matéria cita que houve mais de 200 incidentes de porte desde 2018 e relata alguns dos piores.
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ClimaInfo, 5 de agosto de 2021.
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