Novo relatório do IPCC revitaliza atenção em projetos de captura e armazenamento de carbono

IPCC captura armazenamento carbono

As conclusões dramáticas do relatório recente do IPCC sobre a crise climática devem dar um novo impulso a um tema antigo e polêmico: a captura e o armazenamento artificial de carbono. A análise do IPCC ressaltou que a redução de emissões de carbono, sozinha, dificilmente viabilizará a contenção do aquecimento global em 1,5°C com relação aos níveis pré-industriais neste século; para isso, o mundo precisa avançar no desenvolvimento de tecnologias que permitam retirar carbono da atmosfera. Trata-se de um debate antigo. Como Alexander Kaufman observou no HuffPost, ambientalistas e ativistas climáticos costumam ser refratários a esse tema, já que enxergam nele uma contradição ao priorizar a retirada de carbono da atmosfera (que hoje é tecnológica e financeiramente inviável) em detrimento do caminho mais óbvio para se conter a mudança do clima – o corte de emissões de gases de efeito estufa. No entanto, a gravidade da crise climática impõe a necessidade de avançarmos nessa discussão, sob o risco de inviabilizar as metas do Acordo de Paris no longo prazo. A Bloomberg abordou essa questão e os obstáculos financeiros e tecnológicos no meio do caminho. A Bloomberg também destacou que a disparada dos preços do carbono pode servir como um “ponto de inflexão” para impulsionar essa tecnologia nos próximos anos. Estimativas da Credit Suisse apontam que esse mercado pode movimentar até US$ 2 trilhões no futuro, na medida em que mais países e empresas se comprometem com objetivos de neutralidade do carbono.

 

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ClimaInfo, 17 de agosto de 2021.

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