O impacto econômico grave da ultrapassagem de pontos climáticos sem volta

Tipping Points PNAS

O preço da mudança climática, seja em vidas ou em bilhões de dólares, já é manchete quase que diária. Esse preço será ainda maior se os pontos sem volta (tipping points) forem ultrapassados.

Pesquisadores do Grantham Institute incorporaram os impactos climáticos dos oito principais tipping points identificados pela ciência nos seus modelos macroeconômicos. É quase certo que eles aumentam em 25% os custos projetados até agora. Mas existe uma chance de 10% de que esses custos dobrem e uma chance de 5% de que tripliquem. O metano liberado dos oceanos ou do permafrost resulta nos maiores impactos. Outro aviso: os impactos econômicos acontecerão no mundo todo.

Para constar, os oito tipping points são:

  1. derretimento do permafrost;
  2. perda do gelo marinho no Ártico;
  3. perda da Floresta Amazônica;
  4. elevação do nível do mar pelo derretimento das geleiras da Groenlândia;
  5. elevação do nível do mar pelo derretimento das geleiras da Antártica;
  6. ralentamento da circulação meridional de capotamento do Atlântico;
  7. alterações na monções na Índia; e
  8. a dissociação dos hidratos de metano nos oceanos.

O trabalho foi publicado na PNAS. Vale ver o release da Grantham e as matérias no The Independent e na Business Green.

E por falar em tipping points, uma pesquisa revelou que 73% da população do G20 acredita que a Terra está se aproximando destes pontos por causa da ação humana. A pesquisa da Global Commons Alliance revelou ainda que mais da metade está bastante preocupada e mais de 80% está disposta a fazer mais para salvaguardar o planeta. A população da parte menos rica do G20 está mais propensa a proteger a natureza e o clima do que a da parte mais rica: Indonésia (95%), África do Sul (94%), China (93%), Brasil (91%) contra Japão (61%), Alemanha (70%) e EUA (74%). Vale ver as matérias do The Guardian e da Reuters.

 

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ClimaInfo, 20 de agosto de 2021.

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