Governadores lançam consórcio para projetos ambientais e climáticos nos estados brasileiros

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O Fórum dos Governadores aprovou nesta 2ª feira (23/8) a criação do consórcio Brasil Verde. O objetivo é facilitar a articulação dos estados brasileiros na captação de recursos com governos e empresas no exterior para projetos socioambientais. A iniciativa é fruto dos esforços de um grupo de chefes do Executivo dos estados para driblar o mau-humor de países, investidores e empresas no exterior com o desgoverno de Jair Bolsonaro no meio ambiente do Brasil. Correio Braziliense, Estadão e Valor destacaram a notícia.

No mês passado, alguns pontos da proposta do consórcio foram antecipados pelos governadores ao enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry. Na ocasião, nove projetos de recomposição florestal, bioeconomia e desenvolvimento socioprodutivo foram propostos ao governo norte-americano, com recursos estimados em US$ 300 milhões.

Enquanto isso, o ministro Joaquim Álvaro Pereira Leite participou ontem (24/8) de uma audiência na Câmara dos Deputados – o primeiro compromisso público do sucessor de Salles desde sua nomeação há dois meses. Ele reforçou a linha “Paz & Amor” de sua gestão, mas, ao mesmo tempo, disse que o principal desafio do governo federal em Glasgow será mostrar o “Brasil real” ao resto do mundo. “Não podemos cair na armadilha de que o responsável pelo aquecimento global, pelas emissões, são as atividades de um país chamado Brasil”, reclamou.  O Globo repercutiu a fala de Pereira Leite.
O problema é que os dados reais mostram que, sob Bolsonaro, o desmatamento cresce desenfreadamente e a proteção do meio ambiente nunca foi tão enfraquecida. Resta saber se essa realidade constará no “Brasil real” que o governo quer apresentar na COP. A julgar pelo que a embaixada do país em Washington fez, não parece ser o caso. O Fakebook revelou que a representação diplomática brasileira na capital norte-americana compartilhou por e-mail no último dia 19 a tradução de um artigo do guru ambiental de Bolsonaro, Evaristo de Miranda, que minimiza a ocorrência de fogo no país durante o mês de julho. A fake news começa já no título: “Julho com queimadas e sem incêndios”. Somente no mês passado, o INPE identificou 321 focos de fogo em floresta primária na Amazônia, o que corresponde a 6% de tudo o que queimou no mês de julho no bioma.

 

ClimaInfo, 25 de agosto de 2021.

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