A Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), criada pelo governo federal para lidar com os efeitos da crise hídrica na geração elétrica, anunciou a criação de uma nova bandeira tarifária para conter o consumo de energia elétrica pelos consumidores brasileiros. A partir de hoje, a bandeira de escassez hídrica cobrará R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora (kWh), um aumento de 49,6% em relação à bandeira vermelha 2 (R$ 9,49), a mais cara até então. Por ora, o novo valor vai vigorar até o final de abril de 2022. A estimativa é que a conta de luz fique, em média, 6,78% mais cara nos próximos meses. Estadão, G1, UOL e Valor deram mais informações.
A CREG também validou a análise feita pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) um dia antes, que concluiu que as medidas tomadas para minimizar o impacto da crise hídrica na capacidade elétrica nacional tiveram efeito positivo e que a demanda elétrica será plenamente atendida sem a necessidade de ações adicionais (como racionamento), ao menos até novembro, a despeito dos cenários sombrios do Operador Nacional do Sistema (ONS) e da consultoria PSR.
Já Anne Warth explicou no Estadão a “surpresa” embutida na proposta de bonificação anunciada pelo governo para premiar os consumidores que reduzirem voluntariamente sua demanda elétrica. O desconto será de R$ 0,50 por cada kWh do volume de energia economizado dentro da meta de 10% a 20% na comparação com a média mensal de consumo entre os meses de setembro, outubro e novembro de 2020. Pela matemática financeira do governo, o bônus será pago pelo próprio consumidor por meio de aumentos diluídos na conta de luz de todos os consumidores.
ClimaInfo, 1º de setembro de 2021.
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