Um grupo de ativistas da Escócia alertou os organizadores da próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP26) acerca dos custos cada vez mais altos de hospedagem na cidade de Glasgow, que receberá o encontro no mês de novembro. A rede COP26 Homestay, a qual tem como objetivo oferecer estadia para representantes da sociedade civil e cientistas, informa que mais de 1,7 mil pessoas estão em uma lista de espera, sem ter onde ficar durante a Conferência.
A principal reclamação recai sobre o preço médio das diárias cobradas em Glasgow para as duas semanas de COP, que está girando em torno de 890 libras esterlinas (mais de R$ 6,3 mil) – um valor proibitivo para ativistas de países pobres, que já sofrem com as restrições sanitárias causadas pela pandemia e a falta de vacinas contra COVID-19.
“O governo britânico não só falhou em cumprir sua promessa de organizar a ‘COP mais inclusiva de todos os tempos’, mas também fracassou em resolver as crescentes preocupações sobre os custos de viagem e acomodação”, observou o ativista Asad Regman ao Guardian.
Ainda sobre a COP, mais de 200 revistas científicas da área de saúde divulgaram nesta semana um manifesto pedindo mais ambição climática aos líderes internacionais e aos negociadores em Glasgow: “A maior ameaça à saúde pública global é o fracasso contínuo dos líderes mundiais em manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C [desde a era pré-industrial] e restaurar a natureza”, diz o documento.
Pesquisas científicas apontam que a crise climática pode causar a intensificação de problemas crônicos de saúde, como mortalidade relacionada ao calor entre idosos, desidratação, perda da função renal, doenças dermatológicas, infecções tropicais, alergias, complicações na gravidez, e morbidade e mortalidade cardiovascular e pulmonar. G1 e Guardian repercutiram o manifesto.
ClimaInfo, 10 de setembro de 2021.
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