Imazon: desmatamento em agosto foi o maior em dez anos na Amazônia

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A floresta amazônica brasileira perdeu mais de 1,6 mil km2 de vegetação em agosto, o maior índice para o mês em uma década, de acordo com dados do sistema SAD/Imazon. Trata-se de um aumento de 7% na taxa de desmatamento observada no mesmo mês em 2020 e consolida uma situação preocupante: desde janeiro, 7.715 km2 de floresta foram derrubados, área 48% maior do que a registrada nos oito primeiros meses de 2020. No acumulado dos últimos 12 meses, o desmatamento registrado pelo Imazon foi de 10.583 km2. Agosto também foi o 5º mês deste ano em que o desmatamento atingiu o pior cenário desde 2012: de março até agosto, os últimos cinco meses tiveram a maior área de floresta destruída em dez anos.

Mais uma vez, o Pará encabeçou os estados com maior taxa de desmatamento, com 638 km2 de vegetação destruída, o que representa 40% da devastação observada na Amazônia Legal. O estado também concentrou seis das 10 Unidades de Conservação do ranking das que mais desmataram e metade dos municípios, Terras Indígenas e assentamentos. O Amazonas foi o 2º estado com maior desmatamento em agosto, com 412 km2 de floresta derrubada (26% do total). Mas duas cidades do sul amazonense ocuparam os primeiros lugares entre os municípios com maior desmatamento no período: Lábrea e Boca Acre, ambas com 185 km2 de destruição florestal.

CNN Brasil, G1, Jovem Pan, Metrópoles, O Eco, O Globo e Poder360, entre outros, destacaram essa notícia.

Em tempo: Rafael Garcia descreveu n’O Globo a situação da divisa entre Amazonas e Rondônia, área tomada por desmatamento e queimadas nos últimos tempos. Em alguns locais, a circulação sem a companhia de policiais é praticamente impossível dada a presença armada de jagunços, grileiros e madeireiros. Em Lábrea (AM), o cenário em campo evidencia o tamanho da operação financeira por trás do desmatamento na Amazônia. “Para promover desmates tão grandes numa área de fronteira da atividade agropecuária, sem infraestrutura, é preciso ter muito capital. Essa área está sendo ocupada por gente que tem muito dinheiro”, explicou Ane Alencar (IPAM).

 

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ClimaInfo, 21 de setembro de 2021.