Desaparece o comitê da crise hídrica

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A Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg) deixou de existir neste final de semana. Ela foi criada por uma medida provisória que perdeu a validade no domingo porque o Congresso não a apreciou.

Maurício Tolmasquim, ex-presidente da EPE, disse ao Estadão que ela teve o poder de reservar água nas hidrelétricas, passando por cima da atribuição da Agência Nacional de Águas (ANA). Ele acha que, neste momento, isto não é mais necessário. Tolmasquim também disse que o desafio maior é o altíssimo preço da eletricidade.

Por exemplo, a InfoMoney conta que a Eneva, uma das grandes do setor de gás natural, no terceiro trimestre, produziu 3,5 vezes mais gás e gerou uma receita 6,5 vezes maior do que no mesmo período do ano passado. Já a Engie, cujo maior faturamento vem de hidrelétricas, segundo o Valor Investe, viu seu resultado ser 20% menor que o projetado no começo do ano.

Nuclear: A crise do preço do gás trouxe as usinas nucleares de volta à mesa. Agora, em Glasgow, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, disse à France24 que “esta COP é talvez a primeira em que a energia nuclear tem lugar na mesa de negociações, é levada em consideração e pode falar sem o fardo ideológico que existia antes”, mostrando que aprendeu com o atual governo brasileiro o novo significado da palavra “ideologia”. A notícia saiu n’O Globo e na Isto É.

Vale lembrar que, sem nem entrar nos altos riscos, o preço que o governo garantiu para a energia da futura velha Angra 3 é cerca de 4 vezes maior do que a produzida por eólicas e fotovoltaicas.

 

ClimaInfo, 8 de novembro de 2021.

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