Duas semanas após abrir a COP26 com um discurso expressando ambição climática, o governo Biden realizou nesta 4ª feira (17/11) um leilão de exploração de petróleo no Golfo do México.
A ação estava prevista originalmente para março passado, mas foi suspensa pela Casa Branca depois que o Departamento do Interior foi orientado a fazer uma “revisão abrangente” dos projetos de produção de combustível fóssil em terras federais. No entanto, a moratória foi derrubada meses depois pela Justiça dos EUA, forçando a realização do leilão.
De acordo com dados do próprio governo dos EUA, a área leiloada pode produzir até 1,1 bilhão de barris de petróleo nas próximas décadas. Ativistas climáticos criticaram a Casa Branca por levar adiante a operação, já que ela vai totalmente contra o discurso e a política climática do governo norte-americano. “Vender mais de 80 milhões de acres [cerca de 323,7 mil km2] no Golfo do México para desenvolvimento de petróleo e gás poucos dias depois das negociações internacionais sobre o clima é uma zombaria acerca desses compromissos”, afirmou um grupo de 200 organizações ambientalistas e indígenas em carta ao presidente Biden.
Já especialistas levantaram dúvidas sobre os efeitos de curto prazo da medida: afinal, como se tratam de áreas de exploração potencial, sem reservas garantidas, elas dificilmente produzirão petróleo antes de 2026, o que as torna inócuas para ampliar a disponibilidade atual de combustível e ajudar os EUA a conter a alta nos preços internacionais do produto. Associated Press, Bloomberg, Guardian e Washington Post repercutiram a notícia.
ClimaInfo, 18 de novembro de 2021.
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