Alta no desmatamento mostra impacto destrutivo da “boiada” antiambiental de Bolsonaro

boiada antiambiental de Bolsonaro

Os dados alarmantes do PRODES sobre o desmatamento da Amazônia no último ano não foram uma surpresa para quem acompanha a atuação do governo Bolsonaro no tema ambiental nos últimos três anos. Neste período, a destruição e o desmonte foram a regra, não a exceção. O problema é que, de recorde em recorde de desmatamento, a Amazônia fica mais vulnerável e próxima de seu ponto de inflexão, para temor de quem se preocupa com a crise climática e ambiental global.

“O resultado é fruto de um esforço persistente, planejado e contínuo das políticas de proteção ambiental no regime de Jair Bolsonaro”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. “É o triunfo de um projeto cruel que leva a maior floresta tropical do mundo a desaparecer diante de nossos olhos e torna o Brasil de Bolsonaro uma ameaça climática global”.

“Apesar das tentativas recentes do governo em limpar sua imagem, a realidade se impõe mais uma vez”, comentou Cristiane Mazzetti, porta-voz da campanha da Amazônia do Greenpeace Brasil. “Fica evidente que as ações necessárias por parte do Brasil para conter o desmatamento e as mudanças climáticas não virão deste governo que está estacionado no tempo e ainda vê a floresta e seus Povos como empecilho ao desenvolvimento”.

“Este é o Brasil real que o governo Bolsonaro tenta esconder com discursos fantasiosos e ações de greenwashing no exterior. O que a realidade mostra é que o governo Bolsonaro acelerou a rota de destruição da Amazônia”, afirmou Maurício Voivodic, diretor-executivo do WWF-Brasil. “Se não revertermos essa tendência, acabando com o desmatamento e restaurando as áreas já degradadas, a floresta amazônica pode alcançar um ponto de não reversão e iniciar um processo de degradação acelerado”.

“A crescente degradação do território [da Amazônia] tem o potencial de provocar uma crise humanitária, à medida que as comunidades tradicionais perderão os recursos naturais de que dependem para subsistência. A floresta derrubada tampouco produzirá as correntes de umidade que enchem os reservatórios das hidrelétricas, irrigam a produção agrícola e garantem o abastecimento da maior parte da população do país”, comentou a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. “O Brasil é inviável sem a Amazônia”.

Na imprensa, as reações à escalada do desmatamento também destacaram o perigo que o Brasil pode experimentar por conta da destruição da Amazônia. “A situação está fora de controle”, observou o Estadão. “Quando os compromissos (como os assumidos na COP) e os dados do governo não são críveis, a credibilidade do país evapora e os investidores fogem”.

“Bolsonaro e seu ministro Joaquim Leite talvez tenham achado que iriam engabelar chefes de Estado e de governo em Glasgow [na COP26] com a mesma facilidade com que inundam as redes sociais com notícias fraudulentas e delirantes. Estão aí os dados para desmoralizá-los”, escreveu a Folha em editorial.

 

ClimaInfo, 22 de novembro de 2021.

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