Alemanha apresenta pacote de medidas para triplicar ritmo de redução de emissões até 2030

Alemanha agenda climática

Uma tarefa gigantesca. Foi assim que Robert Habeck, ministro alemão da Economia e Proteção do Clima, definiu o trabalho que seu país tem pela frente se quiser cumprir os compromissos climáticos assumidos até meados do século. Segundo o ministro, será necessário triplicar os cortes de emissões para atingir as metas, o que terá impactos econômicos e sociais que exigirão um “massivo debate nacional”, em suas palavras. A Alemanha não cumpriu sua meta de redução de emissões no ano passado, e a previsão é de que descumpra a deste ano também, o que prova que a transição prometida será tudo, menos suave. Qualquer plano climático sério deve prever que a energia limpa substitua rapidamente as fontes de energia fóssil, ao mesmo tempo em que reforce medidas de eficiência energética. No caso da Alemanha, além de substituir as termelétricas fósseis, o país também precisa de energia renovável para aposentar suas usinas nucleares, um divórcio que começou na época dos acidentes nucleares em Fukushima, no Japão, como conta a Bloomberg. Apesar das plantas nucleares não emitirem gases de efeito estufa – o que poderia qualificá-las para a transição energética -, o risco da poluição gerada por um eventual acidente é muitas vezes superior aos benefícios. A ex-chanceler Angela Merkel, simpática à ideia de prolongar a vida útil dessas plantas, bem que tentou, mas não convenceu os alemães. O resultado é que os líderes climáticos da Europa precisam fazer simultaneamente um phase-out fóssil e nuclear para cumprir o combinado. The Guardian, Bloomberg e Climate Home destacaram a entrevista do ministro.

Em tempo: Quem também terá de trabalhar dobrado para cumprir o prometido é Joe Biden, que brilhou na COP26 com uma das participações mais ambiciosas dos EUA em negociações climáticas de todos os tempos. Os democratas agora lutam para aprovar o Build Back Better e seu investimento histórico de 555 bilhões de dólares em energia limpa. Eles têm pouco tempo para avançar a legislação antes das eleições de meio-termo e a próxima cúpula das Nações Unidas sobre o clima no Egito, tudo em novembro. Washington Post e AP destacaram os desafios que os planos climáticos de Biden terão para avançar em 2022.

 

ClimaInfo, 13 de janeiro de 2022.

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