Ação climática não é “ativismo ambiental” de empresas, defende CEO da BlackRock

19 de janeiro de 2022
BlackRock

Na carta anual aos CEOs da Black Rock, o presidente-executivo da maior gestora de fundos de investimento do mundo, Larry Fink,  disse que quem não planeja um futuro livre de carbono corre o risco de ser deixado para trás, informam  ReutersWashington Post. O motivo do foco não é o meio-ambiente, mas o lucro.  “Não é justiça social. É capitalismo conduzido por relacionamentos mutuamente benéficos entre você e os funcionários, clientes, fornecedores e comunidades nas quais sua empresa depende para prosperar”, registra o Valor Econômico. Bloomberg é categórica: “Larry Fink enfurece republicanos e ativistas climáticos”. Outra matéria da Reuters fala do pragmatismo de Fink. O lucro antes? De acordo com The Guardian, um tesoureiro da Virgínia Ocidental deixou de usar o fundo da BlackRock, depois do pedido de redução das emissões de carbono para zero líquido até 2050 para não prejudicar a economia. O colunista da Bloomberg Business, Adrian Wooldridge, mostra o pensamento de que negócios não precisam de uma revolução de “propósito social” e que o  “Better Business Act” do Reino Unido e outras leis semelhantes impedirão as empresas de fazer seu trabalho básico de “competir para produzir os melhores serviços e produtos aos preços mais baixos”.

A articulista Margaret Heffernan do Financial Times, registra que estudo da PwC apontou que 77% dos CEOs esperam que o crescimento econômico melhore no próximo ano, mas eles não parecem considerar um futuro, pois apenas 22% dos líderes assumiram um compromisso net zero e 57% não acham que sua empresa emite gases de efeito estufa significativos. “Enquanto muitos líderes empresariais discutem suas preocupações sobre o clima, esta pesquisa sugere que poucos sabem por onde ou como começar. Eles não conseguem identificar de quem é esse trabalho ou como ele se encaixa nas operações existentes”.

Times registra que o CEO da Danone, Emmanuel Faber, foi demitido em 2021. A desculpa foi que o valor das ações subiu pouco durante a sua gestão. O detalhe: Faber foi um revolucionário ao transformar a Danone em uma empresa focada não apenas em ganhar dinheiro e aumentar o preço de suas ações, mas também em tentar refazer o negócio agrícola, uma indústria com um impacto de longo alcance no meio ambiente. A autora do artigo, Vivienne Walt, traz que a saída de Faber provoca uma questão mais profunda, que permanece quase um ano depois: os CEOs arriscam uma reação de seus investidores se fizerem questão de colocar a saúde do planeta acima dos retornos puramente financeiros?

 

ClimaInfo, 19 de janeiro de 2022.

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