Cientistas defendem acordo global para atacar poluição por plásticos

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Um relatório lançado na terça (18) conecta as pontas soltas das crises de clima, biodiversidade e poluição por plástico. Os autores advertem que os três problemas estão interconectados e que, apesar de existirem acordos multilaterais sobre biodiversidade e mudança climática há quase 30 anos, nenhuma ferramenta desse tipo foi criada para combater a poluição por plásticos. O estudo joga luz sobre um aspecto de pouco entendimento – o problema do plástico não é apenas a geração de resíduos poluentes que levam séculos para se degradar. A contaminação por esse material mata organismos aquáticos ativamente em meio a um processo de extinção em massa que já está em andamento em razão do aquecimento global e da pesca industrial insustentável.

Ao mesmo tempo, a produção de plástico virgem derivado do petróleo é em si mesma uma das maiores fontes de emissões de gases de efeito estufa. “A natureza visível da poluição plástica gerou uma enorme preocupação pública, mas a grande maioria dos impactos da poluição plástica é invisível”, explica Tom Gammage, ativista de Oceanos da Agência de Investigação Ambiental (EIA) e um dos autores da pesquisa. O estudo também faz prognósticos que deveriam gerar grande alarme. Os pesquisadores estimam, por exemplo, que se nada for feito para impedir as grandes petroleiras de continuar produzindo plástico virgem, a quantidade de material plástico nos oceanos será superior a de peixes. O uso de plástico reciclado é baixo em todo o mundo, e um aumento desse segmento pode ser parte da solução, mas o estudo também adverte que a atual escala de consumo de plástico é insustentável, mesmo que houvesse um crescimento radical na reciclagem. A BBC informa sobre quais países são favoráveis ou contrários a um tratado contra o plástico. O Independent e o Daily Mail dão detalhes do relatório.

Em tempo: Outra pesquisa mostra como um coquetel de poluição química – pesticidas, antibióticos e compostos sintéticos – está dominando o planeta e ameaçando a estabilidade dos ecossistemas vitais para os humanos. Claro que o onipresente plástico é uma das substâncias particularmente preocupantes. Segundo os autores, a poluição plástica já pode ser encontrada do cume do Everest aos vales mais profundos dos oceanos. Produtos tóxicos persistentes como os PCBs também estão perigosos e amplamente difundidos. Informações completas no Guardian.

 

ClimaInfo, 19 de janeiro de 2022.

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